domingo, 21 de janeiro de 2018

NÃO CONFUNDA MODELO NÓRDICO COM SOCIALISTA

Em novembro do ano passado, o candidato americano à presidência pelos democratas, Bernie Sanders, usou a Dinamarca como exemplo de país socialista bem-sucedido em um de seus discursos. Disse que esse era o modelo que gostaria de criar nos EUA, desconsiderando completamente o que por lá funciona, além é claro, de esquecer as grandes diferenças geopolíticas entre ambos os países. Algum tempo depois, o próprio primeiro ministro da Dinamarca, Lars Rasmussen, resolveu corrigir Bernie dizendo que a Dinamarca tem uma economia de mercado.
Um lugar comum nos debates sobre desenvolvimento consiste em identificar os países nórdicos – Islândia, Noruega, Dinamarca, Suécia e Finlândia – como exemplos exitosos de economias socialistas, cujos modelos deveriam ser reproduzidos em outras partes do mundo, particularmente na América Latina.

O erro consiste em catalogar estas economias como socialistas simplesmente porque contam com elevados níveis de gasto público e altas carga tributárias. Se é verdade que estes países se notabilizam por seus generosos Estados de Bem-Estar, a realidade é que em outras áreas de política econômica se encontram entre as nações mais livres do planeta. 
O Índice de Liberdade Econômica no Mundo, projetado originalmente por um grupo de economistas liderados por Milton Friedman e publicado anualmente pelo Fraser Institute do Canadá, identifica cinco grandes áreas que determinam a liberdade econômica de um país:
1) Tamanho do Estado;
2) Sistema jurídico e direitos de propriedade;
3) Solidez da política monetária;
4) Liberdade de comércio internacional;
5) Regulações dos mercados de crédito, trabalho e comércio. 
Os países nórdicos são usualmente citados por políticos e ativistas de esquerda como exemplos de um modelo econômico socialista aplicado de forma bem sucedida. Tais países possuem altíssimos níveis de qualidade de vida e desenvolvimento, o que seria consequência direta de serviços estatais de qualidade viabilizados por uma alta carga tributária. Será que Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia adotam mesmo um paradigma econômico-politico de viés socialista?

De forma clara e objetiva, não. O que há é uma grande confusão entre a socialdemocracia e algo que é usualmente referenciado como socialismo-democrático, mas que, na prática, não pode ser observado na Escandinávia.


Em palestra recente na Universidade de Harvard, o primeiro-ministro da Dinamarca Lars Rasmussen tentou explicar o modelo nórdico para estudantes americanos fascinados pela campanha presidencial de Bernie Sanders, que corriqueiramente aponta as nações escandinavas como a prova da viabilidade do socialismo. Em suma, Rasmussen evidenciou que não há qualquer planejamento da economia em seu país e que a Dinamarca é uma economia de mercado, onde a livre iniciativa e o comércio são os carros-chefe do desenvolvimento.

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